É curioso como um conceito às vezes fica banalizado quando ele se torna um jargão, e muitas vezes, sem que nós percebamos, esse conceito está tão enraizado no nosso subconsciente que nem paramos para entender a sua origem.
O conceito que busco trazer aqui para você que está lendo é sobre arriscar a própria pele, ou “dar a cara a tapa”, uma expressão bastante utilizada no Brasil.
Peço agora que me acompanhe em uma análise rápida a partir da tradução literal da expressão “skin in the game”:
– Isolando “skin”, o significado em português seria “pele”, “casca”, “couro”.
– Isolando “in the game”, o significado seria “em jogo”.
Juntando as duas partes, chegaríamos ao “pele em jogo”, que embora já seja suficiente para ter uma idéia do contexto da expressão, ainda não traz com clareza o conceito que irei abordar nesse artigo.
No mundo dos negócios, “skin in the game” pode ser entendido como a determinação de assumir os riscos investindo seu próprio dinheiro e estando envolvido com possíveis casos de crises e erros do próprio negócio.
O conceito é amplamente conhecido no mercado financeiro e bastante popular entre seus players, talvez até por conta da influência que Nassim Taleb, responsável pela disseminação desse conceito pelo mundo, conquistou nesse mercado com as inúmeras publicações com idéias inovadoras abordando o estudo da incerteza e sobre como correr riscos.
Um pouco sobre o Nassim Taleb
Autor libanês nascido na década de 1960, com bacharelado e mestrado pela Universidade de Paris, MBA pela Wharton School da Universidade da Pennsylvania e PhD em Management Science, pela Universidade de Paris (Dauphine)
Destaco aqui algumas das suas publicações:
– Iludidos pelo Acaso (Fooled by Randomness), publicado em 2001;
– A Lógica do Cisne Negro (The Black swan), publicado em 2007;
– Antifrágil (Antifragile), publicado em 2012, uma de suas obras mais populares;
– Arriscando a própria pele (Skin in the game), publicado em em 2018, que traz referências a esse artigo.
Taleb desenvolve a idéia prioritária do conceito de “skin in the game“, onde acredita que para viver em um ambiente cheio de riscos e imprevisibilidade é necessário viver o tempo todo com “a pele em jogo”, ou seja, arriscando a própria pele.
Qual a relação do conceito "skin in the game" com o universo do Marketing Digital e a nossa agência?
É natural associar esse termo ao megainvestidor Warren Buffet, com quem o conceito de “skin in the game” se consolidou como uma ferramenta de segurança para quem quer investir, pois isso permite ao investidor analisar o nível de confiabilidade do negócio de acordo com o envolvimento financeiro dos próprios administradores da empresa.
Agora como isso se relaciona com o comportamento de uma agência de Marketing Digital?
A Agência Felas não é uma das gigantes agências que existem no Brasil nem mesmo tem milhares de clientes, e isso está associado ao modelo de negócio que escolhemos desde a concepção da empresa.
Nós realmente analisamos cuidadosamente cada oportunidade de negócio, características de produto e perfil de cliente que aceitamos por aqui. Isso porque nós só aceitamos trabalhar em campanhas e projetos que nós acreditamos na capacidade de gerar resultado positivo! e muitas vezes, incorporamos a filosofia “skin in the game”, seja abrindo mão de remuneração durante um período determinado até que o resultado seja alcançado ou até mesmo investindo junto com o cliente na co-produção de infoprodutos.
Com essa mentalidade, nós esperamos despertar no cliente/parceiro o senso de responsabilidade comum a ambas as parte com o objetivo da campanha/projeto, pois a partir do momento em que “damos a nossa cara a tapa”, oferecendo muitas vezes os nossos principais ativo, que são nosso tempo, energia, conhecimento técnico e rede de relacionamento, vamos usar tudo isso para alcançar o resultado esperado, assumindo que cliente/parceiro vai se comprometer da mesma forma.
Isso porque acreditamos que nesse modelo “skin in the game” quando nós aceitamos um projeto, nós damos 100% da parte que nos cabe, que corresponde a 50% dos esforços relativos ao projeto e esperamos que o cliente assim o faça também, para que juntos possamos alcançar os 100% de sucesso.
Boa noite.
Achei interessante o posicionamento do autor sobre a empreitada com divisão de risco entre cliente/prestador, se colocando numa condição de parceiro. vou começar a aplicar isso na minha empresa. Obrigado.